domingo, 23 de novembro de 2008

Hipertexto e Literatura?

A história do hipertexto começa em 1945 com Vannevar Bush e seu artigo “As We May Think”. Foi então que o cientista americano apresentou o Memex – Memory Extension. Sua idéia era fazer um dispositivo que utilizasse o modelo de associação da mente humana para fazer a catalogação de arquivos.
Essa é a base da idéia, mas o termo hipertexto surgiu mais tarde. Foi na década de 60 que o filósofo e sociólogo americano, Theodor Nelson, propôs o termo que temos hoje. A idéia de Nelson era construir uma estrutura de texto não-sequencial, através da qual o leitor pudesse escolher a melhor maneira de ler o texto. Para ele seriam “blocos de textos conectados entre si que formariam diferentes itinerários para o usuário”.
Foi ancorado nessa idéia que Nelson idealizou o Projeto Xanadu. Sua intenção era reunir todos os tesouros literários e científicos do mundo para que milhões de pessoas pudessem acessá-los, interagir, comentar.
O surgimento da World Wide Web, na década de 90, deu forma ao que antes era apenas um projeto. As primeiras experimentações em linguagem hipertextual aconteceram com a literatura. O jornalismo on-line surgiu um tempo depois. Mas disponibilizar literatura de forma hipertextual ainda requer estudos, já que muitos sites de hiperficção são links quebrados. Marcos Palacios (2005) explica que, “a vasta maioria das obras de ficção hipertextual disponibilizada na Internet tem data de produção situada no período de 1994/1999. De lá para cá não parece haver ocorrido muito movimento ou desenvolvimento nesse setor.”
Apesar da estagnação, a literatura em linguagem hipertextual é uma tendência que não pode ser ignorada. Com este blog não nos propomos a estudar as transposições literais para a web, tal como no Projeto Guttemberg. A idéia é pensar a literatura usando a principal ferramenta da internet: o hipertexto.


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